quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ação da luz solar na pele.

As advertências por parte dos médicos de que a luz solar e os banhos de sol podem ser perigosos são relativamente recentes. Apenas ao redor dos últimos 20 anos é que os profissionais da área da saúde começaram a tentar desencorajar as pessoas a exporem seus corpos em demasia à luz solar; até então, uma pele bronzeada era vista pela maioria das pessoas como um sinal de boa saúde.
Entretanto, ainda hoje, algumas pessoas preferem ignorar essas advertências porque gostam de um banho de sol e acreditam que um bronzeamento melhora a aparência e as faz sentirem-se mais saudáveis. Por isso, elas não desperdiçam um belo dia de sol para se expor o maior tempo possível. Contudo, a verdade é que a exposição demasiada à luz solar não faz bem para as nossas peles. Na realidade, um bronzeamento é a evidência de uma lesão permanente que pode trazer como conseqüência o envelhecimento da pele ou câncer.
O objetivo deste artigo é o de explicar como a ação da luz solar na sua pele leva a essas alterações, causando danos a curto e a longo prazos, e dar conselhos práticos de como evitar esses danos. Seguindo esses conselhos não significa que você vai abdicar totalmente das delícias proporcionadas por um dia de sol, mas vai ajuda-lo a usufrui-las com maior segurança.
O gosto por uma pele bronzeada é relativamente recente: há cem anos a maioria das pessoas preferia uma pele clara. Os trabalhadores que passavam a maior parte do dia expostos ao sol tinham as peles bronzeadas e crestadas pelas intempéries, os ricos e requintados preferiam evitar a luz do sol, usando chapéus de abas largas e carregando guarda-sóis, e viam na pele clara uma marca de distinção social. Os europeus do norte por certo visitavam o sul da França e da Itália, para fugirem do pior inverno, mas, mesmo assim, eles evitavam o sol mediterrâneo nos meses de verão.
Essas atitudes começaram a mudar por volta de 1930, quando as recreações ao ar livre começaram a ficar mais populares - caminhadas, acampamentos e passeios de bicicleta, por exemplo - e a pele bronzeada acabou sendo desejada por muitas pessoas de ambos o sexos. Após a II Guerra Mundial, pacotes turísticos mais baratos permitiram que um número cada vez maior de pessoas pudesse passar umas duas semanas tomando sol nas praias do Mediterrâneo e banhos de mar se tornaram uma atração ainda maior nos Estados Unidos, na Austrália e na África do Sul.
Mas foi por volta dessa época que na Austrália soaram os primeiros sinais de alarme, dando atenção ao fato de se ter constatado uma alta incidência de câncer de pele em pessoas de pele branca vivendo em Queenslândia; pesquisadores europeus já vinham chamando a atenção para esse mesmo tipo de achado desde o início do século XX. Campanhas de saúde pública foram veiculadas com apelos para que as pessoas evitassem exposição prolongada à luz solar muito intensa, usassem protetores solares e aprendessem a reconhecer os cânceres de pele nos seus estágios iniciais. Evidências coletadas de todas as partes do mundo também mostravam que esses cânceres, e o melanoma em particular, tornavam-se rapidamente mais comuns, dobrando em freqüência a mais ou menos cada 12 anos; contudo, muitas pessoas continuaram a desconhecer as advertências. Alem disso, nas duas últimas décadas tem havido um aumento crescente das sugestões de que a camada de ozônio esteja diminuindo por efeito da poluição atmosférica, o que levaria a um aumento gradativo dos perigos da radiação solar; felizmente, os cientistas ainda não estão convencidos de que isso seja um fato, mas pode se tornar um risco importante se não nos tornarmos mais cuidadosos a esse respeito. Exposições repetidas à luz solar causam envelhecimento da pele - pele seca, manchas marrons e vermelhas, perda da elasticidade da pele e enrugamento - especialmente em pessoas com pele clara. Acrescente-se a essa lista o maior risco de cânceres de pele, os quais estão se tornando mundialmente mais e mais comuns. Há cerca de 40 mil casos por ano em alguns paises, incluindo uns 4 mil casos de melanoma maligno, o qual é responsável por cerca de 75% das 2 mil mortes anuais causadas por cânceres de pele. Na faixa etária de 26-35 anos, que de maneira geral é a que apresenta menores complicações médicas, o câncer de pele se torna uma causa de morte significante; contudo, os médicos estimam que 90% de todos os cânceres de pele sejam potencialmente evitáveis, desde que se tome cuidado com a exposição ao sol.
Mais à frente descrevemos como você pode reconhecer um câncer de pele nos estágios iniciais, período no qual o tratamento tem uma chance enorme de ser bem-sucedido. Conselhos também são dados sobre a prevenção desses cânceres, assim como sobre a prevenção de queimadura solar e do fotoenvelhecimento e sobre o valor dos protetores solares. É especialmente importante proteger as crianças da luz solar porque elas não têm idéia do perigo. A exposição excessiva na infância é tida como um fator que possivelmente vai ter um papel relativamente importante no aparecimento do câncer de pele quando adulto.
A luz do sol certamente alegra o espírito enormemente, em especial após um longo e cinzento inverno. Entretanto, os raios responsáveis por essa alegria não são os nocivos ultravioleta, mas sim aqueles mais inofensivos que proporcionam luz e calor. Assim, os conselhos desse artigo têm intenção de ajuda-lo a aproveitar-se do grande beneficio psicológico e de outros eventuais que a luz solar pode trazer, sem, contudo, sofrer os seus efeitos indesejáveis.
Pontos centrais
Um bronzeado é a evidência visível de uma lesão da pele.
Os efeitos a longo prazo da exposição ao sol podem incluir envelhecimento da pele e câncer.
Em alguns países ocorrem cerca de 40 mil novos casos de câncer de pele a cada ano.

Fonte: Isto É - Guia da Saúde Familiar
- volume 12 - cuidados com a pele e sol - dezembro/2001.

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